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14
Set20

Há um Sporting em destaque na Bélgica


Pedro Azevedo

Na Bélgica, cumpridas que estão 5 jornadas da Jupiter Pro League, a grande sensação é o Sporting Charleroi. Contando por vitórias os jogos realizados, este clube da província de Hainaut está em território inexplorado face aos seus pergaminhos históricos. Numa competição habitualmente dominada pelos clubes da Flandres e de Bruxelas - Anderlecht e Club Brugges têm em conjunto 50 títulos - , o Sporting Charleroi nunca foi além de um segundo lugar na já longínqua época de 68/69, classificação que partilha com as duas finais perdidas da Taça da Bélgica como os maiores feitos de um percurso iniciado há 116 anos. 

 

Porém, esta época, o Sporting Charleroi lidera isolado o campeonato, mantendo os sempre favoritos Anderlecht e Club Brugges a 6 pontos e o Standard de Liege a 5. Mais próximo (3 pontos) está o Beerschot, clube que se destacou entre as Grandes Guerras (7 campeonatos) e que desde aí não mais regressou aos tempos de glória. Com a melhor defesa da Liga (1 golo sofrido) e o quarto melhor ataque (9 golos marcados), o Charleroi é uma equipa equilibrada que se dispõe num 4-2-3-1 e tem no iraniano Ali Gholizadeh o seu melhor jogador. Gholizadeh é um ala direito canhoto de boa técnica que pensa como um "10", pelo que os seus movimentos interiores destinam-se mais a solicitar as desmarcações dos companheiros nas costas dos defesas contrários do que a procurar o remate ou o cruzamento. Na outra ala, o nipónico Morioka procura igualmente o jogo interior, pelo que a profundidade é assegurada pelos laterais Busi (direita) e Kayembe (esquerda), este último um velho conhecido dos portugueses após passagens por Rio Ave e FC Porto. Kayembe é menos estereotipado do que Busi, alternando a verticalidade junto à linha com diagonais poderosas em contra-ataque. A equipa encontra geralmente mais dificuldades em compensar as saídas de Busi quando em transição defensiva, sendo esse o seu ponto fraco mais facilmente detectável. O guarda-redes Penneteau, francês, é competente entre os postes, mas evidencia algumas dificuldades a jogar com os pés. Os centrais Willems e Dessoleil são experientes e conhecem-se bem pois estão no clube há muito tempo, algo que mitiga alguma falta de qualidade extra. Os dois pivôs do meio campo são Ilaimaharitra (Madagáscar) e o veterano belga (36 anos) Gillet, recém chegado ao clube, jogador com uma carreira interessante que teve o seu ponto mais alto no Anderlecht e passou por Nantes, Olympiacos e Lens. Todavia, é no quarteto da frente que se pode encontrar o poder desta equipa: se os alas Gholizadeh e Morioka são no fundo interiores e os pensadores do jogo, o jamaicano Nicholson é muito mais um segundo avançado do que um "10", procurando muitas vezes as deslocações para fora da área (e concomitantes arrastamentos) do outro iraniano da equipa, o ponta de lança Rezaei, para encontrar espaços vazios por onde ferir o adversário. Complementando-se dessa forma, Nicholson e Rezaei partilham a liderança dos melhores marcadores da equipa (3 golos cada) enquanto Ali Gholizadeh já assistiu em 3 ocasiões. 

 

Não sendo nada certo que consigam aguentar este balanço, a verdade é que as "Zebras" orientadas por Karim Belhocine - um francês da diáspora argelina que foi futebolista no Sporting de Espinho (2001-2002) - montaram um sistema que funciona e parecem estar a retirar dividendos na mais recente moda do futebol mundial, a aposta nos mercados japonês e iraniano. A ter em atenção, especialmente se o sortilégio de um sorteio futuro os vier a colocar no caminho do nosso Sporting na Liga Europa.

ali gholizadeh.jpg

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