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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

17
Abr19

Fica Bruno!


Pedro Azevedo

Um jogador de futebol de uma equipa grande não é como um romancista, um "rocker" ou um actor. Enquanto estes podem viver toda uma vida de um êxito, a um futebolista de uma equipa de topo exige-se que ganhe o próximo jogo, o seguinte, e por aí fora até ser campeão nacional (e vencer outras competições) uma e outra vez. 

 

Poucas actividades existem em que o momento signifique tanto. No futebol, o passado é museu, a cultura dominante é a do presente. Por isso, os jogadores, como os clubes, estão sempre a renascer, a começar do zero, raramente acumulando créditos de anos anteriores. Nesse sentido, sendo certo que não é nada fácil atingir o zénite, o mais difícil para um jogador de futebol é permanecer lá em cima. 

 

Muito poucos o conseguiram e isso diz muito sobre as carreiras excepcionais de Cristiano Ronaldo e de Lionel Messi, que estão no topo há mais de uma década. Também começa a dizer algo sobre o desempenho de Bruno Fernandes ao serviço do Sporting. Depois de uma primeira época em que a todos convenceu, com 16 golos marcados, 18 assistências e 19 participações importantes em outros tantos golos, Bruno elevou ainda mais o seu patamar esta temporada, encantando os adeptos leoninos com números de sonho quando ainda faltam 6 jogos para umas retemperadoras férias. Assim, o capitão dos leões já leva 28 golos marcados, 15 assistências e 15 participações importantes em golos, mostrando a consistência de que se fazem os campeões.

 

Se o Sporting quiser voltar à ribalta nacional e internacional, não pode deixar sair um jogador como Bruno Fernandes sem ser pela cláusula de rescisão. O que o clube deverá fazer é construir uma equipa à volta do seu capitão que garanta títulos. Nesse sentido, é necessário manter não só Bruno mas também Acuña ou Mathieu, outros jogadores com muita qualidade (embora sem o brilhantismo de Bruno). É que se Bruno ganha jogos com a sua excelência, o argentino e o gaulês ganham campeonatos com a sua regularidade a alto nível.

 

A permanência de Bruno manterá o entusiasmo dos adeptos e dos próprios jogadores da equipa. Com Bruno, o Sporting parte para cada batalha sem temores nem complexos, fiél à sua história e aos seus pergaminhos. Sem ele, neste momento, seria uma equipa vulgar. Dir-se-á que vendendo Bruno conseguiremos dotar a equipa de outros talentos. Ora, eu refugio-me no adágio popular de que "mais vale um pássaro na mão do que dois a voar" para sustentar a minha tese de que jogadores como Bruno são simplesmente insubstituíveis. Por outro lado, quantas promessas leoninas não fracassaram à luz do dia, quantos negócios não nos deixaram à beira da ruína financeira? Vamos trocar o certo pelo incerto outra vez? Por isso digo: ou pela cláusula ou nada.  

 

Bruno não tem as feições de um Dani, ou a pose aristocrática de um Damas, mas nasceu para ser uma estrela. Herói sofrido, feito de trabalho árduo, há expressões na sua face que fazem lembrar personagens interpretadas por Humphrey Bogart. Tal como em Sam Spade, de "O Falcão de Malta", há indução à acção e diálogos rápidos e contundentes com colegas; como em Rick Blaine, de "Casablanca", frieza e capacidade de resistência firme à adversidade, qualidades que lhe permitiram, por exemplo, dar a volta a uma eliminatória da Taça de Portugal (contra o Benfica) antecipadamente perdida; assim como no Phillip Marlowe, de "À beira do abismo", ironias várias e tom de desprezo por quem não o respeita. 

 

O filme da história do Sporting será sempre um épico, pese embora a tragicomédia dos últimos 37 anos. E estou convencido que Bruno, ficando mais uns anos connosco, terá nele um papel de protagonista, ao lado de Peyroteo, Damas, Yazalde ou Manuel Fernandes. Fica Bruno!

bruno benfica.jpg

 

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