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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Castigo Máximo

30
Jun19

Bruno Fernandes, a revolta do Fado


Pedro Azevedo

Quando observo Bruno Fernandes, eu vejo um menino a fugir ao seu destino. Os seus olhos tristes são reminiscências de um passado sem tempo para sorrir, por cedo ter trocado o ócio pelo ofício, convertendo o brinquedo-bola na arte da sua labuta diária; a sua impaciência, ou permanente insatisfação, ilustrativa de quem não quer chegar atrasado ao encontro com o futuro, pretende ganhar tempo ao tempo e assim vencer para sempre o fatalismo tão português.

 

Se Maradona foi "la revancha del tango", Bruno é a revolta do fado. Ao contrário de d10s, não chegou a Itália como um ídolo de multidões. Não foi ensinar nada aos italianos, mas sim aprender. A distância do pé para a bola, a alavanca da perna, o aproveitamento do peso do corpo, lições úteis da arte de bem rematar que estudou com os mestres transalpinos. Aí também entendeu melhor o jogo, as nuances tácticas, a ocupação do espaço, a intensidade na recuperação de bola. De Novara a Udine, até chegar a Génova, cidade de Colombo e ponto de partida para uma gesta gloriosa com uma primeira escala no porto de abrigo de Alvalade. 

 

Nestes dois anos de leão ao peito tenho-o visto muitas vezes carregar a equipa às costas, marcar 2 golos decisivos como na jornada dupla da Taça de Portugal com o Benfica: o primeiro para alimentar o sonho, o segundo para o tornar realidade, momentos paradigmáticos do jogador em quem as bancadas depositam a esperança em novos dias de glória. Focado como é, aquele ar zangado que permanentemente exibe não esconde a noção de que transporta o peso do mundo sportinguista aos seus ombros, as nossas ambições, os nossos anseios. Dele esperamos sempre o inesperado, o paradoxo do intangível, a fé que não se explica. Ao longo dos anos tivemos grandes jogadores, mas nenhum foi tanto uma equipa como Bruno Fernandes. Ele ataca, ele defende, ele adverte, ele comanda, ele nunca se rende. Marca livres, cantos, penalidades, é o dono da bola. À sua volta todos melhoram, todos ficam mais confiantes, inspirados por este operário-artista, tão capaz de tocar o bongo como de produzir música celestial.

 

Com ele em campo não há derrotas antecipadas, Adamastor e suas tormentas. Ele é a Boa Esperança, o trevo-de-quatro-folhas encontrado para lutar contra a impossibilidade, a desconfiança e a descrença. 

 

Bruno Fernandes, o melhor jogador da Primeira Liga para o autor de "Castigo Máximo"

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29
Jun19

Quiz38 - Ala endiabrado


Pedro Azevedo

Tinha um nome que recordava um actor famoso e muita ginga no seu pé direito. Veloz e com um bom remate, ficou aquém das melhores expectativas no Sporting. Reluziria no Bessa, onde Manuel José conseguiu extrair todo o seu potencial. Aí venceria uma Taça de Portugal e uma Supertaça, para além de ter sido preponderante no feito histórico que consistiu na eliminação do Inter de Milão. Era o regresso do Boavistão, o clube das camisolas esquisitas que impressionava a Europa. Infelizmente para nós todos, ele que foi um dos destaques do campeonato pernambucano e muito influente no Boavista, não conseguiu atingir o mesmo sucesso no Sporting, clube onde efectuou 69 jogos e marcou 9 golos. Quem é?  

 

Resposta: Marlon Brandão chegou ao Sporting na temporada 1986/87, proveniente da equipa brasileira do Santa Cruz. As expectativas eram grandes à sua volta, ele que havia sido o carrasco dos grandes rivais do Santa Cruz (Náutico e Sport Recife) no campeonato pernambucano, mas não conseguiu confirmá-las totalmente de leão rampante ao peito, tendo saído ao fim de 4 temporadas (empréstimo de 1 ano ao Estrela da Amadora pelo meio) para o Boavista. Ironia do destino, de uma combinação com outro ex-leão (Fernando Mendes) marcou o primeiro golo da vitória caseira sobre o Inter de Milão, triunfo que posteriormente, após empate sem golos no Giuseppe Meazza, permitiria à equipa das "camisolas esquisitas" (termo usado pelos italianos para a descrever) ultrapassar o colosso italiano. E não foram dois, porque o árbitro da partida no Bessa lhe anulou (pretenso "off-side") um golo limpo. Brilharia também com golos nas vitórias na Taça de Portugal contra o Porto e Supertaça contra o Benfica. Infelizmente para nós, sportinguistas, Marlon foi mais um daqueles jogadores com muito talento que não deu certo em Alvalade. Como curiosidade, em entrevista recente destacava a honra que tinha tido em jogar com Manuel Fernandes e Fernando Gomes. Sobre este último, dizia que quando a equipa não sabia o que fazer metia a bola na área que ele resolvia. 

 

Vencedor do Quiz: Os Leitores Luís Barros, JG, RCL, JMA e João Santos acertaram. Luís Barros, por ter sido o primeiro, é o vencedor. Parabéns a todos pela participação, e o meu muito obrigado. 

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28
Jun19

Varandas para Cintra


Pedro Azevedo

Não morrendo de amores por Sousa Cintra, não consigo desgostar dele. Agrada-me tanto aquele seu estilo voluntarioso e optimista quanto me desagrada a sua atracção fatal por microfones e câmaras de televisão, ou a impulsividade que marcou a sua primeira passagem pelo clube. Essencialmente, valorizo o facto de ter chegado a Alvalade em dois períodos particularmente difíceis do clube e de em ambos ter evitado o vazio, o caos, resistindo em ambos à tentação de perpetuação no poder e abrindo o lugar a outros. Inclusivé, num desses períodos conseguiu criar a melhor equipa - conjuntamente com a de 74, que marca o início das minhas recordações de futebol e do Sporting - que vi jogar em Alvalade. Em contra-ciclo, também foi capaz de despedir o treinador que a orientava durante o vôo de regresso a Lisboa posterior à derrota sofrida em Salzburg.

 

Ontem, em entrevista à SportingTV, Frederico Varandas acusou Cintra de irresponsabilidade e de ter dito um "chorrilho de disparates". É certo que Cintra anteriormente dera uma entrevista de que Varandas, compreensivelmente diga-se, não gostou. Eu mesmo caricaturei aqui a capa de "A Bola" alusiva a essa entrevista. Mas uma coisa é o direito legítimo de alguém que se sente desconsiderado (mais do que desrespeitado, o termo que usou), outra foi a forma encontrada de resposta. Cintra é um sócio do Sporting, e Varandas, durante a campanha eleitoral disse variadíssimas vezes que nunca atacaria sócios do clube. É também um ex-presidente. Na minha opinião, Varandas não soube ler as entrelinhas da referida entrevista, ou viajar ao filtro do antigo presidente. Sousa Cintra viu neste regresso ao Sporting uma oportunidade de melhorar a sua imagem junto dos sportinguistas, a qual ficara um tanto ou quanto beliscada por aquela decisão prematura de despedir Robson. É por isso entendível e humano que se queira associar ao relativo sucesso da época e que, sentindo-se esquecido pela actual Direcção, puxe pelos louros do seu trabalho. Reverteu os processos de rescisão de Bruno Fernandes - de quem Varandas disse que melhorou muito com Keizer, o que é verdade, mas com quem o treinador holandês não teria contado se não fosse a acção de Cintra - , Dost e Battaglia, e contratou Renan, Gudelj e Diaby, jogadores que foram indiscutíveis para Keizer, exactamente o treinador que Varandas escolheu, pese embora seja conhecida a minha posição sobre a relação custo/benefício (e custo de oportunidade) dos dois últimos. 

 

Sousa Cintra, na minha opinião, não atacou devidamente o problema do custo do plantel, embora se possa dizer em sua defesa que perante tanta indefinição no dossier rescisões se tornou difícil prever com que jogadores contaria. Nesse contexto, o afastamento de vários miúdos da nossa Formação terá sido o seu maior erro, com Demiral à cabeça. Erros, faltas de convicção do qual o futebol do Sporting é fértil há vários anos e que um dia poderão também ser assacados a Varandas, que mesmo dizendo que vai cortar na despesa continua a contratar e a manter a cisma contra a faixa etária 17/23 anos da Formação do Sporting. (Um dia alguém lhe há-de perguntar se são os técnicos da Formação e equipa principal que pensam assim, se é uma convicção pessoal sua, ou se isso envolve motivações políticas.)

 

Finalizando, Frederico Varandas perdeu ontem uma oportunidade de ouro de fazer a diferença, de ser magnânimo e de mostrar que quer unir o Sporting. Poderia ter mantido o que disse em campanha eleitoral, não deixando de acusar o toque (por exemplo, dizer que tinha ficado triste), mas alardeando que em nome dos superiores interesses do Sporting (e não dos seus) iria ficar em silêncio. Com isso, teria mostrado sentido de estado e vontade de colar as peças. Preferiu seguir na linha de um passado recente no clube de exuberância irracional e respondeu com contundência, acusando de ser irresponsável um senhor que podia ser seu pai, ou mesmo quase avô, mostrando falta de educação e de respeito para com o cidadão, sócio e ex-presidente. Perante isto, resta-me esperar sinceramente que este episódio desagradável não seja marcante da personalidade do actual líder dos destinos do leão. 

28
Jun19

Quiz37 - Em Coimbra licenciou-se em golos


Pedro Azevedo

Oriundo do Vasco da Gama, este avançado brasileiro chegou a Portugal para jogar pela Académica. Dotado de um invejável jogo de cabeça, no clube de Coimbra foi muito feliz, tendo realizado 5 épocas, com destaque particular para a última em que obteve 41 golos no campeonato da 2ª divisão. Tanta proficiência em frente às balizas valer-lhe-ia um passaporte para Guimarães e, mais tarde, para Alvalade. No Sporting não teve concorrência fácil. Era o tempo de Manuel Fernandes e de Jordão, a que se juntariam mais tarde o argentino Saucedo e o inglês Raphael Meade. Ainda assim, jogou 40 partidas de leão ao peito e facturou 12 golos. Quem é?

 

Resposta: Eldon chegou ao Sporting na temporada de 84/85. Dada a forte concorrência no ataque, não foi muito utilizado. Destacava-se pelo bom jogo de cabeça e pelo instinto matador. Ainda jogou em 85/86, acabando por ser cedido ao Marítimo no início da época seguinte, terminando a carreira na sua Académica. Faleceu precocemente em 2017, aos 59 anos de idade.

 

Vencedor do Quiz: Os Leitores Luís Ferreira, RCL, LMGM e Leão do Quioque, por esta ordem, acertaram na resposta correcta. Por ter sido o primeiro, Luís Ferreira (on-fire!!) foi o vencedor. Parabéns a ele, e obrigado a todos os que participaram!

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(Imagem: gloriasdopassado.blogspot.com)

27
Jun19

Rosier "in", Baldé "out"


Pedro Azevedo

"A Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD informa que chegou a acordo com o Dijon Football Côte d'Or para a transferência definitiva do jogador Valentin Rosier.

 

A Sporting CP - Futebol, SAD assinou um contrato com Valentin Rosier válido por 5 épocas desportivas com uma cláusula de rescisão no valor de 60 milhões de euros.

 

No âmbito da mesma operação a Sporting CP - Futebol, SAD chegou a acordo com o Dijon Football Côte d’Or para a transferência definitiva do jogador Mama Baldé.

 

A Sporting CP - Futebol, SAD deseja as maiores felicidades pessoais e profissionais aos jogadores."

 

P.S. O Sporting não divulgou os valores envolvidos na transferência. O "Fora de Jogo" diz que o acordo com o Dijon se fez por 5 milhões de euros mais a cedência a título definitivo dos direitos económicos sobre Mama Baldé. 

27
Jun19

Varandas dixit


Pedro Azevedo

  • Estou optimista, confiante, desejoso que a época arranque;
  • A nova época está a ser trabalhada há muitos meses;
  • Formaremos um grupo com ambição;
  • Por trás do plantel estará uma Estrutura competente;
  • A última época (futebol) foi a melhor dos últimos 17 anos;
  • Houve irresponsabilidade de Sousa Cintra e desrespeito para com este CD;
  • Está concluída a 1ªfase: regularização da situação financeira do clube;
  • A 2ªfase será de consolidação: redução de custos/aumento de receitas;
  • O clube estava na Idade da Pedra/ desenvolver Marketing e IT;
  • Revolução digital vs "A Casa de Papel" (situação herdada);
  • No Mercado de Inverno cortámos 10M€ em Custos com Pessoal;
  •  Bruno Fernandes parece que é uma das novelas do Verão;
  • Estrutura preparou-se para os vários cenários do mercado;
  • Não implica drama nenhum se Bruno Fernandes sair;
  • A Estrutura tem muita responsabilidade no crescimento de Bruno Fernandes;
  • Vamos ter um grupo mais competitivo e homogéneo; 
  • Garanto que todos os jogadores que entram no Sporting são escolhidos pelo clube;
  • Nenhum elemento do Sporting receberá 1 cêntimo em comissões;
  • Neto era uma prioridade, Vietto era um sonho;
  • Quem tem o faro da decisão está sujeito à crítica;
  • Durante o ano os sócios do Sporting vão perceber ainda melhor o negócio Gelson;
  • Nas próximas horas serão apresentados 3 jogadores;
  • No futebol, vamos fazer melhor que no ano passado;
  • Quero que o Sporting cresça de uma forma sustentada, estruturada;
  • Nada se alcança com bazófia e populismo;
  • Tem de haver uma aposta na Formação;
  • É uma obrigação apostar na Formação, é fundamental à sustentabilidade;
  • Estamos a pagar o preço do abandono da Formação nos últimos 5 anos;
  • Vamos ter uma equipa sub-23 com uma média de idades de 18/19 anos;
  • Para formar é preciso investir;
  • Vamos investir 12M€ na qualificação da Academia neste mandato;
  • Em 2022, a Academia voltará a ser uma das melhores do mundo;
  • É muito importante para o clube a aprovação do orçamento (NA: AG no Sábado);
  • Existe muito populismo e demagogia sobre as modalidades;
  • Este orçamento (clube) será superior ao da época 17/18;
  • O orçamento do Voleibol passou de 800.000 (17/18) para 1,8M€ (18/19);
  • Jamais este CD tirará 1 cêntimo às modalidades para dar ao futebol;
  • A nossa missão é servir o Sporting.

 

(Excertos da entrevista de hoje de Frederico Varandas à SportingTV.)

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27
Jun19

Quiz36 - O Desejado


Pedro Azevedo

Chamado por Diego Armando Maradona à selecção argentina, ganhou a sua primeira internacionalização contra o Panamá. Já como jogador do Sporting voltaria a vestir a camisola albiceleste. Médio defensivo muito voluntarioso e um dos favoritos das bancadas, uma incomodativa lesão num tornozelo roubou-lhe protagonismo. A ascensão de William Carvalho fez o resto. Do Sporting partiu para a Sicília, onde voltaria a ser um dos ídolos do público. Terminada a experiência italiana, regressou ao seu clube de origem (Gimnasia de La Plata). Actualmente, representa um clube apelidado na Argentina como "Los Canallas" (Os Canalhas), um grande rival de um dos clubes ("Os Leprosos") por onde d10s, o homem que lhe deu a primeira oportunidade na selecção, passou como jogador. Quem é? 

 

Resposta: Fito, o Desejado, ou El Toro, foram alguns dos apodos colocados a Fabián Rinaudo numa carreira que ainda prossegue no Rosario Central (grande rival do Newell`s Old Boys). Teve um impacto imediato na equipa do Sporting mal chegou a Alvalade (2001), tendo mesmo sido eleito como um dos capitães. No entanto, uma incomodativa lesão no tornozelo e a recidiva que se lhe seguiu resultante de um jogo de futebol de triste memória transformado numa autêntica caça ao homem perante a complacência do trio de arbitragem acabariam por estar na origem da perda de titularidade. Não ainda totalmente recuperado, a ascensão de William Carvalho roubou-lhe a possibilidade de jogar com mais assiduidade, acabando por ser no Inverno de 2014 com destino a Catânia. Para sempre na nossa memória ficou a sua coragem e enorme disponibilidade física, características que o identificaram junto da massa associativa como um "jogador à Sporting". 

 

Vencedor do Quiz: Os Leitores Luís Ferreira, RCL e A. Pereira acertaram, bem como um conjunto de anónimos impossíveis de validar. Tendo sido o primeiro a enviar a resposta, Luís Ferreira foi o vencedor. Parabéns e obrigado a todos pela participação. 

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26
Jun19

O mexerico desportivo


Pedro Azevedo

Há muito tempo que não via o "Mais Transferências" da TVI. Para quem nunca teve oportunidade de visionar, o "Mais Transferências" é uma espécie de Revista Maria do mexerico desportivo. Hoje dedicaram metade do programa (cerca de 30 minutos) a falar de Bruma. Fiquei a saber que, ao contrário da bruma de Lisboa que só levantou pela tarde, o Bruma levantou na noite anterior num avião privado e assinou pelo PSV Eindhoven, deixando o FC Porto de mãos a abanar e Pinto da Costa certamente longe de "ficar nas nuvens". No estúdio, acompanhado por um pivô, um senhor que me lembra vagamente alguém que já tratou da nossa Comunicação especulava sobre os motivos que teriam levado o antigo ala leonino a deixar os portistas pendurados. A coisa foi prosseguindo ao ritmo do pivô e do convidado, ou simplesmente de um duplo-pivô - há que dar valor a estes fundistas da locução, que conseguem arengar sobre nada e coisa nenhuma durante aproximadamente 1 hora - até que o empresário de Bruma, um tal de Catió Baldé, entrou em directo. Foi o momento Consultório íntimo da Maria do "Mais Transferências". Só que em detrimento daquelas perguntas do arco-da-velha da Maria, do tipo "se tiver sémen nas mãos, posso engravidar?"(edição de 7 de Fevereiro de 2018 da referida Revista), o picantezinho que o pivô preparara para resposta do senhor Baldé era mais do tipo "se tiver dinheiro na mão, posso voar?". Mas em vez de atacar logo com uma pergunta fechada, andou à borda e optou por uma aberta, inquirindo porque é que o Bruma se baldé, perdão, se baldou. Deixo aqui um pequeno excerto da entrevista (as palavras poderão não ter sido exactamente estas, mas o sentido sim):

- Então Catió, porque é que o Bruma foi para o PSV? 

- O Bruma queria muito jogar no estrangeiro, tal como a geração de ouro dos seus amigos da selecção que se encontra toda lá.

- Mas aqui há dias (NA: ontem?) o Catió assegurava que o Bruma queria muito jogar em Portugal... - , comentava com malícia o entrevistador.  

- O Bruma quer jogar em Portugal. Quando estiver perto do final da carreira - , respondeu o senhor Baldé como quem diz que sabe que toda a gente vai morrer, não sabe é quando.

- Mas o PSV vai pagar-lhe mais do que o Porto? - inquiria o jornalista, indo ao âmago da questão que havia debatido aturadamente com o convidado durante a meia-hora inicial.

- Não, não foi por dinheiro. Com a engenharia financeira do Porto, os valores eram semelhantes. (NA: o convidado em estúdio havia dito que Bruma ia ganhar 6 milhões brutos por ano.)

- Mas pode garantir que o Bruma não vai ganhar mais para a Holanda? - , desesperava o entrevistador.

- Só posso garantir que o Bruma não foi para o PSV por dinheiro.

Posteriormente, ao melhor estilo "encher chouriços" (para não ferir susceptibilidades, peço que não conotem agora o conteúdo entre-aspas com a Revista Maria), repetiram, entrevistador e entrevistado vezes sem conta as perguntas/respostas, pelo que o sumo que se conseguiu tirar do programa foi que, futebolisticamente falando, a engenharia financeira no Norte anda pela hora da morte. Rima e é verdade.

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26
Jun19

Conhecer Pedro Rocha


Pedro Azevedo

Poucos o saberão mas, para além de DiStefano, o Sporting teve um treinador que no seu tempo de jogador foi considerado um dos melhores do mundo. O próprio Pelé (seu grande admirador) colocou-o no seu Top 5. Falo de Pedro Rocha, médio de ataque, o único uruguaio até hoje a disputar 4 Campeonatos do Mundo (1962, 66, 70, 74). Pelo Peñarol venceu dois Campeonatos do Mundo de clubes, ganhou por três vezes a Taça dos Libertadores da América e sete campeonatos do Uruguai. Mudou-se então para o São Paulo, clube onde adicionou ao seu palmarés mais três títulos: dois campeonatos paulistas e um campeonato brasileiro. Jogando sempre de cabeça levantada, dotado de excelente técnica e de um remate forte e colocado, Pedro Rocha notabilizava-se também pelo seu bom jogo de cabeça, técnica que dizia ter aprendido com Béla Guttmann, o ex-treinador do Benfica que liderou o Peñarol em 1962. No Brasil ganhou a alcunha de "Verdugo", dada a forma como castigava os adversários sem piedade com as suas fintas. No total da sua carreira marcou 213 golos, marca excelente para um médio atacante/segundo ponta de lança.

 

Como treinador, teve a infelicidade de chegar a Alvalade numa época conturbada dos leões durante o mandato de Jorge Gonçalves. Apesar das "unhas" que haviam chegado, as dificuldades de tesouraria do clube acabaram por afectar o ambiente do balneário e isso reflectir-se-ia nos resultados. Rocha acabaria assim por ser substituído no comando técnico por Manuel José (Damas interinamente). 

 

Pedro Rocha e uma faceta (a de jogador) talvez menos conhecida dos adeptos do Sporting. Da sua passagem por Alvalade relembro o tom calmo do seu discurso e a sua extrema educação. Um senhor! Infelizmente, deixou-nos em 2 de Dezembro de 2013, um dia antes de completar 71 anos de idade. 

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Entre Fernando Peres e Jorge Gonçalves, todos já desaparecidos.

26
Jun19

Dimensões cívicas e pilares do Sporting


Pedro Azevedo

O civismo tem essencialmente 3 dimensões: uma dimensão ética, em que o indivíduo se norteia por princípios; uma dimensão normativa, que visa o respeito por um conjunto de regras de convivência que se traduzem em leis; uma dimensão identitária, onde se procura um sentido colectivo que garanta a preservação da sociedade, bem como da sua história, memórias e património comum.

 

Portugal não é propriamente um país onde o civismo impere. Como tal, não seria de esperar que o Sporting fosse uma excepção. Não o é, infelizmente, por muito que queiramos afirmar que somos diferentes. E isso pode ser observado nas 3 dimensões que cito em cima.

 

Comecemos pela dimensão ética: o 25 de Abril foi há 45 anos, mas existe um défice de democraticidade que se traduz na forma como as pessoas hesitam em se expôr a si próprias e às suas ideias. Vigora a ditadura do politicamente correcto, como se todos fôssemos cândidos e cumpridores cidadãos. Se a isso juntarmos a projecção de nós próprios que transmitimos aos outros, então estaria tendente a acreditar que estávamos no Paraíso. Porém, a realidade de todos os dias mostra-me que estamos mais perto do purgatório e que a diferença entre a teoria e a prática denuncia tergiversações diversas. Peguemos no exemplo da putativa relação do Sporting com o empresário Jorge Mendes: durante anos, lemos dos sportinguistas alusões a "mendilhões" e falta de transparência na transferência de jogadores envolvendo Mendes, opiniões que ganharam outro fôlego após a divulgação pública do livro "Orgia do Poder", da autoria do jornalista, sociólogo e investigador italiano Pippo Russo. Concomitantemente, e sendo o Benfica um dos clubes apontados como tendo relações privilegiadas com o referido empresário, também o clube da Luz mereceu críticas dos mesmos sportinguistas. Acontece que recentemente, por motivo de necessidade, tacticismo ou estratégia (o tempo o dirá), houve aparentemente (porque nunca devidamente explicada) uma aproximação entre o Sporting e Jorge Mendes para além das negociações por Rui Patrício. Subitamente, presenciamos grandes golpes de rins de alguns sócios sportinguistas que confundem proselitismos com o Sporting Clube de Portugal. Agora, para estes, não se pode ignorar a dimensão do empresário e a sua influência, mesmo que desconfiem dos seus interesses e da sua participação na chamada economia política do futebol (o termo é de Pippo Russo, porém aconselho uma leitura do que o Rui Monteiro escreveu relacionado com as transferências). Ora, isto para mim é a prova provada de que a defesa de supostos princípios que nortearam as críticas iniciais de alguns desses sportinguistas não passou de uma manifestação (perdoe-se-me) hipócrita (classifica a atitude, não necessariamente a pessoa, sabe Deus quantas vezes ficamos aquém do desejado por nós próprios) que não resistiu ao choque com a realidade, ou partiu de um sentimento de inveja face ao rival e não tinha um senso ético a suportá-la. Para quem assim pense, só tenho uma coisa a dizer: os princípios são inalienáveis, não há aí flexibilidade possível, ou então não chamar-se-iam princípios e íamos logo para os meios...

De todo o modo, existem 3 possibilidades adaptáveis a este exemplo: ou a ideia dos poderes no futebol foi fruto da nossa imaginação e inveja e como tal fazemos um "mea culpa", ou aceitamos a alegada realidade do futebol actual e queremos, ainda assim, fazer parte dela, ou simplesmente a repudiamos e seguimos o nosso caminho. Um caminho que precisará de mais foco em nós próprios e menos preocupação com o quintal do vizinho, mais aposta na Formação e menos carroséis de transferências, custos controlados e geração de alpha em detrimento de mais risco na nossa conta de exploração. Ora, isto não é uma matéria de somenos importância. (Com isto não tenho de fazer qualquer juízo de valor sobre o referido empresário, este texto mostra apenas o quão somos pouco consistentes na afirmação prática dos princípios que resultam da nossa percepção, certa ou errada, das coisas, de muitas coisas.) 

 

A segunda dimensão é a normativa: o Sporting, como qualquer Organização, tem os seus próprios Estatutos. Houve uma alegada violação dos mesmos. Chamados a pronunciar-se, os sócios, soberanos, corroboraram e decidiram-se pela destituição do Conselho Directivo do clube numa Assembleia Geral aliás muito concorrida. Sob pena de não conseguirmos conviver entre nós, há que aceitar esse desfecho. Quem votou vencido tem de respeitar a maioria; quem viu as suas pretensões satisfeitas deve respeitar os que ainda pensam de forma diferente. Andarem franjas extremistas, de cada um dos lados do voto, permanentemente a atear o fogo é alimentar uma conflitualidade que não interessa ao clube, tal como no próximo ponto exporei.

 

Finalmente, falarei sobre a 3ª dimensão, a identitária: o radicalismo é sempre mau conselheiro. Gostaria de dizer que uma vasta maioria de sportinguistas não está interessada em alimentar quezílias. Quem ama o Sporting quer que sigamos em frente e põe o clube em primeiro lugar. Infelizmente, vejo, um ano passado após todos os traumatizantes eventos que nos marcaram, uma linguagem indigna nas redes sociais (e não só). E aqui não há inocentes. O radicalismo alimenta-se de polos opostos e ambos estão a prestar um mau serviço ao Sporting Clube de Portugal. Cada um que pense pela sua cabeça, mas pensem acima de tudo no clube, na sua história, na nossa memória colectiva e património comum. Se muitos de nós o fizermos, o ruído irá progressivamente diminuir. E focalizaremos então no essencial: o presente. Para que isso aconteça, e tenhamos um futuro, é importante que não se reduza a discussão sobre o clube. Não a discussão desordeira, mas sim a troca de ideias construtiva que emane da visão que cada um tem para o clube. O pior daquilo que está a acontecer é os sócios deixarem de fazer a sua leitura serena sobre os acontecimentos e sobre os actuais orgãos sociais em nome de uma redução da discussão a rótulos. Quem é independente, e quem ama o Sporting deve sê-lo pois tem de pôr o clube sempre acima de interesses ou simpatias pessoais, não pode admitir isso nem deixar que hipotéticos tacticismos comunicacionais mantenham o ambiente aceso como defesa para a crítica. Isso não seria unir, seria beneficiar da desunião para reinar. Pensar primeiro em si, depois no clube. Por tudo isto, sempre achei uma péssima ideia aquela coisa dos apodos de "sportingados" e "croquetes". Disse-o na altura própria e repito-o: o pior que se pode fazer a uma Cultura Corporativa é criar sub-culturas, sub-espécies. Isso só retira identidade e força ao clube. Como também critiquei o facto de Bruno de Carvalho ter vindo dizer que não precisava de conselhos dos sócios, que para isso tinha os seus pais - ele que antes dizia que o clube voltara a ser dos sócios e que no processo foi perdendo essa bandeira renascentista (admitindo que a tinha genuinamente) - , o "Manual para Burros" e outros dislates que me fizeram retirar-lhe o apoio por ter percepcionado que se colocou acima do clube e dos seus sócios. Mas isso disse-o na altura devida, não fui situacionista, mesmo que também nunca tenha negado ao anterior presidente os inegáveis méritos da sua gestão (opção por JJ e linha de comunicação à parte) e, depois, nunca tenha participado de ataques "ad-hominem" que não engrandecem a alma humana. Desta forma, também não creio que acrescente qualquer valor o apodo de "brunistas" a quem valorize mais o que a anterior gestão fez em detrimento do peso da ultrapassagem de uma linha que na minha opinião devia ser inviolável. Somos todos sportinguistas.

 

O presente do Sporting está cheio de contradições na forma e no conteúdo, envolvendo nisso sócios e Direcção. E isto carece de análise. E de equilíbrio. É fundamental não se perder o sentido crítico, como também manter a urbanidade na discussão. Os sócios do Sporting são isso mesmo, sócios. Não são clientes, embora da natureza do seu amor e grau de satisfação decorra expressá-lo através da compra de produtos e serviços. Mas isso será exponenciado apenas e só quando se restabelecer o elo emocional com o clube. Para que tal aconteça precisamos de uma Comunicação centrada no Sporting, na sua identidade e no seu maior activo que são os sócios. Há muito tempo que defendo que o Sporting necessita de consolidar 3 pilares: Sustentabilidade, Cultura e Princípios (ética). No fundo, as siglas do nosso clube. É imperioso que se dê passos nesse sentido e que esses passos possam ser monitorizados pelos sócios. Se estes ficam à mercê da Comunicação Social gera-se o vazio, quando não a discórdia. Eu não acredito que se consiga a sustentabilidade sem uma aposta na Formação (apoiada num contingente de jogadores de qualidade) que preencha quase metade do plantel da equipa principal, porque olho para os números e vejo que gastamos mais de 25 milhões de euros por ano em jogadores importados que não se diferenciam daqueles que formamos, exceptuando no peso dos ordenados. Eu não acredito numa Cultura de clube que não passe pela afirmação inequívoca das suas modalidades, vistas correctamente por João Rocha como geradoras de influência social e política. Eu não acredito num clube que não coloque a ética como o patamar mais elevado e que não seja também absolutamente transparente com os seus sócios. Concluindo, se a actual Direcção do meu clube cumprir com estes 3 pilares e tal se possa verificar no decurso da sua acção, então terá o meu apoio incondicional. Caso contrário, que me desculpem as pessoas que a integram e que merecem o meu respeito (as que conheço ainda mais), me desculpem os caros consócios que confundem estabilidade com unicidade ou unanimismo, mas o meu sportinguismo falará mais alto e exercerei o direito à crítica. Sempre! 

 

P.S. A estabilidade conquista-se...

24
Jun19

Diaby a escaldar


Pedro Azevedo

Diaby, hoje capitão da sua selecção, marcou um golo - e que golo! - na vitória do Mali sobre a Mauritânia, em jogo a contar para a 1ª jornada do Campeonato Africano das Nações (CAN). No outro jogo do Grupo E, Angola e Tunísia empataram a um golo. Bruno Gaspar jogou os 90 minutos e Gelson Dala (vindo de lesão recente) entrou no recomeço (Angola perdia por 1-0). 

 

Com Acuña (Argentina) e Borja (Colômbia) já qualificados e Coates (Uruguai) a um pequeno passo de se apurar para os quartos-de-final da Copa América, também na CAN a sorte parece sorrir aos jogadores do Sporting. Boas notícias, pois certamente a sua cotação subirá.

22
Jun19

Quiz35 - Pulmão de leão


Pedro Azevedo

Natural da freguesia lisboeta de Alcântara, inicou a sua actividade no Atlético. Vencedor da Taça de Portugal pelo Boavista, foi no Belenenses que conseguiu a sua primeira (e única) internacionalização. E que internacionalização: em jogo contra a Espanha, marcou um golo de levantar o estádio, ao aplicar 3 túneis consecutivos aos adversários que lhe apareceram no caminho, o consagrado guarda-redes Arconada incluído. Chegou então ao Sporting. Jogador raçudo e com boa técnica, Allison viu nele o ponto de equilíbrio, a trave-mestra que suportava o génio de Oliveira, Manuel Fernandes e Jordão. Quem é?

 

Resposta: Nogueira chegou ao Sporting na temporada de 81/82. Apesar de ter realizado uns impressionantes 68 jogos pelos leões, acabou dispensado no final da época seguinte. Destacava-se pelo grande pulmão e por uma boa técnica, características comuns a Ademar e a Marinho, que fizeram deles o batalhão de sapadores que contrabalançava a genialidade, mas também a de outra forma insustentável leveza, do trio atacante de luxo do Sporting desse tempo.

 

Vencedor do Quiz: os Leitores Leão do Quiosque, Luís Ferreira, Luís Barros, João Santos e JMA acertaram (entre outras respostas correctas que não vieram acompanhadas de identificação). Leão do Quiosque foi o vencedor, pois foi o primeiro a responder acertadamente.

22
Jun19

Autoridade da concorrência - "Belém" faz 100 anos


Pedro Azevedo

O Clube de Futebol "Os Belenenses" completa, em 23 de Setembro, 100 anos de existência. No âmbito dos festejos do centenário foi recentemente divulgado o vídeoclipe que assinala a data. Realizado por um grande "belém", o meu primo Telmo Churro - anos e anos de resistência em férias grandes na companhia de 5 primos fervorosos leões são uma marca da sua resiliência - , o vídeo tem a participação do ex-Heróis do Mar Rui Pregal da Cunha e de João Cabeleira (Xutos e Pontapés), entre outros. Os meus parabéns a todos os belenenses e o desejo sincero de que não falhem o reencontro com a sua história. O desporto português e o Sporting precisam de um Belenenses ao mais alto nível. 

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